Xena: A Princesa Guerreira

Num momento de saudosismo puro, enquanto procurava filmes tirados do fundo do baú para coloca-los no blog, eu me deparei com um dos seriados de maior sucesso da década de 90's, Xena: A Princesa Guerreira.

A série de Nova Zelândia foi originalmente exibida do dia 4 de setembro de 1995 até o dia 18 de junho de 2001.

Contando com 6 temporadas, a série narra as aventuras de Xena, uma mulher guerreira que tenta se redimir de seu passado assassino enquanto é acompanhada por sua amiga Gabriele.

Esse seriado fez tanto sucesso, que foi transmitido por 108 países ao redor do mundo, e ainda foi criado um evento só para ele, a Xenacon, que acontece todos os anos nos EUA.

"Na época dos deuses antigos, opressores, e reis. Uma terra sem lei, clamava por uma heroína. Ela era Xena. Uma poderosa princesa, forjada no calor da batalha.

O poder, a paixão, o perigo. A coragem dela mudará o mundo."

Quem aqui lembra dessa introdução? De uma época em que os seriados eram completamente diferentes dos atuais, o padrão de filmagem, o roteiro, os atores, figurino, e muito mais.

Eu me lembro de assistir a esse seriado pela primeira vez ainda criança, ele passava na SBT. Durante uma época passava todo dia de noite, numa outra época apenas nos finais de semana de manhã. Me lembro também que naquela época era quase impossível acompanhar episódio por episódio e manter uma sequência de fatos de antes depois.

Alguns anos mais tarde, meus pais colocaram TV a cabo em casa, e eu descobri que o seriado era na verdade pertencente ao canal Universal Studios, e foi ai que eu comecei a vê-lo com melhor qualidade, em sequência de episódios, e temporadas que eu nem sabia que existia. Mudavam as aberturas, mudavam o visual das personagens, agora eu assistia em inglês com legendas em português e não dublado. De qualquer forma, eu adorava,

Chacrã, a arma lendária invencível e indestrutível da Xena que só ela tinha, e só ela sabia usar.

Num momento de nostalgia pura, resolvi procurar a série para assisti-la novamente uns dias atrás, e não me arrependi nem um pouco. Além disso, pude notar uma série de detalhes no estilo do seriado que me fizeram me divertir muito mais.

Nunca pensei que pudesse existir alguma coisa mais tarantinesca do que Xena: A Princesa Guerreira. Tudo oque ela faz é altamente forçado, há sonoplastia de movimento até quando ela vai arrumar o cabelo. As lutas então? É porrada distribuída para todos os lados, piruetas, golpes de espada misturados com kung fu, e o famoso chacrã então? A arma indestrutível que ao ser arremessada, atinge tudo ao seu redor. E atinge com tanta força, que solta faísca até quando certa madeira. Fora o barulho do negócio voando no ar.

Calisto,  primeira grande inimiga da Xena

Na época que eu jogava RPG com mais frequência, meu sonho era ter um chacrã, aquela arma parecia ser a  mais apelona da história.

Porém, também não posso deixar de falar desse seriado sem lembrar da polêmica de orientação sexual da época. Xena de início não tinha nada demais, mas conforme as temporadas foram passando e a história foi evoluindo, a relação entre ela e sua melhor amiga Gabriele atingiu proporções de cunho homossexual, mais ainda quando os produtores descobriram o tanto que a série fazia sucesso entre esse público. Não era nada demais, apenas cenas românticas, um selinho aqui, um eu te amo ali, mas foi o suficiente pra deixar muita gente de cabelo em pé. Eu era uma criança tão inocente que não percebia nada disso.

Xena não muda nada, mas Gabriele evolui muito com o passar dos anos.

Falando da trilha sonora, eu adorava! Mas eu gostava tanto, que um dia desses me peguei procurando as músicas para montar uma trilha sonora para jogar RPG, acho que ficaria o máximo.

Lembrando também, que a história começa inicialmente na Grécia antiga, aquela das mitologias, e mesmo a história da Xena é regada a muitos mitos, temos todos os deuses de direito, e até mesmo participações especiais de figuras histórias como Cezar e Cleópatra, temos com o avançar das temporadas mais mitologia misturada, Xena visita os países nórdicos, a china, a índia, a história toda é uma loucura.

Os roteiristas conseguem se divertir ainda mais escrevendo episódios com musicais, episódios que se passam no mundo real ou em outras épocas com re-encarnações de Xena e seus amigos.

O avançar das temporadas também trás novos personagens além de Gabriele, alguns que os acompanham por um tempo outros que aparecem de vez em quando.

De qualquer maneira, é tudo muito divertido, é aquela mistura de ação com comédia que a gente encontra em poucos lugares.

O sucesso foi tamanho, que a série rendeu games, filmes, histórias em quadrinho, action figures, até mesmo cardgames.

Achar um trailer dessa série, a essa altura do campeonato é algo bem difícil, mas foi tranquilo procurar a abertura que é tão clássica, vejam principalmente a dificuldade dos defeitos  efeitos especiais da época.

Divertido não? Mais um do fundo do baú que precisava ser lembrado. Considero Xena sim uma série de fantasia, mesmo porque a mitologia é toda maluca e bagunçada, além de colocar elementos externos de mitologias diferentes da grega.

Até mais galera.