sábado, 14 de maio de 2011

As Brumas de Avalon

Vou começar esse post fazendo um comentário pertinente...

Desde o post "Os melhores livros de fantasia que já li" (que admito, ainda não foram muitos) eu não falei nada sobre nenhum livro propriamente dito. Nenhuma resenha, nenhuma divulgação, ou qualquer coisa do tipo. (Com a excessão de game of thrones, que no caso, eu divulgava o seriado, não a obra literaria)

E como já era tempo, finalmente terminei de ler um livro interessante não só para postar aqui, mas para fazer uma critica, uma resenha, ou qualquer coisa do gênero. Resumindo, para expressar minha opinião.


O livro foi publicado em 1979, pela escritora americana Marion Zimmer Bradley, e diferente de todos os outros livros baseados na lenda de Artur, esse conta a história do ponto de vista feminino.
Eis agora o momento da verdade, e e preciso separa-lo em duas metades, que são, a critica e a opinião pessoal, mas, vai além disso, devo separar entre oque achei de bom e oque achei de ruim, além, é claro, de comentar sobre as peculiaridades da história.


A HISTÓRIA

Diferente do que eu imaginava, as brumas de avalon conta a história de uma outra perspectiva, a feminina, e não é apenas isso que a torna diferente, a autora mudou diversas coisas para adequar a lenda.
A começar pelo fato de ela está muito bem situada no tempo e espaço, a história se passa durante o final do império romano, bem no início da idade média.

Além disso, a religião é um dos plano de fundo principais, o conflito das religiões pagãns contra o domínio do cristianismo na europa. A magia está presente no livro, mas, não achei ela exagerada ou banal, ela é muito sutil, tão sutil, que do meu ponto de vista não há magia alguma, tudo não passa de diferentes interpretações para coisas ainda não explicadas na época.

Quase não se falam das guerras, se você é daqueles que gosta de literatura medieval fantastica devido aos combates, fique longe desse livro, não existe nada disso aqui. As guerras são citadas, comentadas, mas nada além disso.

Tudo aqui não passa de pura e simples intriga palaciana, e que intriga. É o típico cotidiano da nobreza, casamentos forçados em troca de influência política (ou até mesmo como vingança), guerras em busca de proteger território, ou conquista-lo, e é claro, não podemos esquecer de ir a missa e fingir não ser um pecador. (Todo mundo sabe que nobre não tem mais oque fazer, e por isso, faz filhos não?)

Mas apesar dessa descrição acabar afugentando os amantes da literatura fantástica, eu continuo recomendando a sua leitura. Acreditem em mim, não é porque se trata de uma história sem ação, que não possui clímax. É um bom livro, muito bem escrito, e principalmente, muito revelador sobre a personalidade das mulheres, um bom leitor consegue entender muita coisa do universo feminino escrito ali.

E AGORA CAROL? OQUE QUE ACHO?

Pocha vida gente, como dizer isso sem assustar... Não sei, então vou acabar por assustar mesmo.
A história é impressionantemente feminista, aqueles que não tem paciência para coisa do gênero não conseguirão sair do primeiro volúme da obra.

A exaltação da figura feminina é muito intença, tão intença quanto a maneira como os homens são diminuidos. (Não sou feminista, nem machista, leitores não me intepretem mal)

Um mal leitor masculino, provavelmente ficaria revoltado com as coisas que leria, e provavelmente concluiria que nenhuma mulher presta, que todas só pensam em tramas e vinganças a curto e longo prazo. Resumindo, mulher gosta de fofoca e picuinha.

Já, uma má leitora feminina, se deixaria encantar tanto pelos benefícios, vantagens, e principalmente honrarias em ser mulher, que elegeria esse um dos melhores livros de todos os tempos. Resumindo, o mal do mundo são os homens, eles que fazem as guerras, e todo esse blá blá de "ruim".

Mas sejamos sensatos, e fassamos uma leitura com os pés no chão. O segredo do livro está em suas protagonistas, ame-as, e você amará o livro, simplesmente não goste delas, e você não vai conseguir ler durante muito tempo.

E vou além, a história aqui também trata de temas homosexuais, de forma sutil, mas trata. Aqui, Merlin na verdade, não é o nome do mago, e sim um posto de alto escalão na religião druida, digamos que o merlin está para os druidas oque o papa está para os católicos. Da mesma forma para A senhora do lago, que não é apenas uma mulher, e sim um título passado de geração em genração.

E falano em Merlin, coitado, aqui na história ele me parece um quase nada, um senhor sem nada de especial que só serve pra apaziguar brigas. Como assim? Cade aquele mago super legal, poderoso, responsavel por tornar Artur o rei incrivel que foi? Enfim... é triste.

Alguns dos personagens também possuem outros nomes, Gwinevere se chama Gwenvfar, Lancelote é na verdade um apelido de guerra de Galahad, e Artur é um nome cristão dado aos pais adotivos do menino, que na verdade era Gwydion.

Mas esses são apenas detalhes.

O FILME



Existe uma adaptação cinematográfica para a obra, eu infelizmente nunca a vi, que fique para a proxima, e para um proximo post. Mas há quem diga que é um filme incrivel, que todos que gostam do gênero fantasia deveriam assistir.
[...]

Por fim, o livro é muito bom sim, a história é legal do mesmo jeito, e recomendo que todos leiam, com paciência é claro, certas ideias podem fazer alguns ficarem revoltados ou decepcionados com as distorções da lenda, mas independente, o livro é bom.

E por hoje é isso ai gente, tempo pra postar que é bom? Nada, mas de vagar e sempre, estamos indo!

6 comentários:

  1. As Brumas de Avalon não está entre os meus livros preferidos, mas conta a lenda do Rei Artur de uma perspectiva interessante.

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  2. Pois é, é realmente essa é intenção desse livro.

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  3. eu gosto muito, já li duas vezes mas mesmo assim concordo com tudu que vc escreveu, principalmente a parte onde vc diz que o Merlin foi "esquecido" da história, a autora poderia ter explorado muito mais esse personagem tão importante na lendas do Rei Artur.

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  4. Pois é Rafaela, é a visão que a mulher quiz dar.

    Agora, já está mais do que na hora de eu ler algum livro das crônicas do rei arthur, existem tantos, mas o tempo nem me deixa kkkkk.

    Já tenho uma pilha de livros para ler por esses tempos, e eu não cheguei nem na metade deles.

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  5. As Brumas de Avalon é um dos meus livros favoritos, foi o fato de ter se focado nas mulheres que mais me encantou.

    Essa série não se limita apenas à esses 4 livros, também há outros que contam sobre a primeira Senhora do Lago que aparece nesses 4 livros, como Athur adquiriu a espada e por aí vai; creio que a Wikipédia possa fornecer o nome do restante dos livros.

    Sobre o filme, que nos EUA foi exibido como uma minisérie, foi cortado muita coisa, ora, são apenas um pouco mais de 3 horas de filme para 4 livros. Teve algumas mudanças que não me agradaram, mas o filme EM SI é bom.

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  6. É mesmo, existem outros livros da série... nossa, isso só me lembrou que a minha lista de livros desejados para serem lidos cresceu mais ainda!

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