sexta-feira, 20 de abril de 2012

The Legend of Zelda - Majora's Mask


Eu ando realmente a passos de tartaruga, ou lesma, como preferirem, para colocar resenhas de jogos.

Mas apesar de já ter jogado muitos, me sinto particularmente insegura para comentar a respeito deles, inclusive, acho que já fui melhor na arte desses comentários.

O jogo da vez agora é a continuação (nem tanto) do clássico para Nintendo 64 The Legend of Zelda - Ocarina of Time, que foi chamado The Legend of Zelda - Majora's Mask.

Em si, a série Zelda é muito conturbada e particularmente muito desconexa. Compreender como funciona a linha do tempo nesses jogos é difícil, tudo oque temos normalmente é apenas a sequência de lançamentos de acordo com cada console.




No entanto, Majora's Mask é a sequência mais fora de contexto de todos os jogos de Zelda já lançados. Isso porque, não foi produzido pelo criador original da série, Shijeru Miamoto (o mesmo que produziu todos os grandes clássicos como Mário, Metroid, o cara simplesmente não bate bem da cabeça)

Lançado no ano de 2000, Majora's Mask é amado e odiado pelos fans, vamos então descobrir o porque.



A HISTÓRIA:

Após os eventos de Ocarina of Time, Link volta no tempo e continua sua vida pacata como um simples Hylian, ainda em meio aos Kokiris.

Um belo dia, durante um passeio na floresta com sua égua Epona, Link é abordado em uma armadilha feita por um Skull Kid maladrão.

Desacordado, Link não se da conta de que o Skull Kid lhe rouba um dos itens mais importantes, a Ocarina do Tempo!

Logo quando Link acorda, e se depara com a criança lhe roubando seu bem mais precioso, ele decide ataca-lo, mas o esperto Skull Kid foge com sua Epona. Desesperado, tudo oque Link consegue fazer é se agarrar as rédeas da égua e ser arrastado por toda a floresta até uma área desconhecida e misteriosa dos bosques.

A busca frenética pela Ocarina do Tempo roubada, faz Link se perder nos bosques e cair... Em um precipício completamente desconhecido.

Ao acordar, Link se vê cara a cara ao Menino Caveira, e suas duas companheiras fadas. Só então Link se da conta de que ele utiliza uma bizarra mascara, e dessa mascara misteriosa uma energia maligna o transforma na criatura mais desprezível de todo o mundo. Um Deku.

Humilhado, fraco, sem sua Ocarina e sua preciosa Epona, Link em meio a fuga, acaba por se encontrar no interior de uma máquina que nunca para, e se depara com uma porta.

Ao abrir a porta, nosso herói percebe que estava no interior de um relógio gigante, no centro de uma cidade desconhecida, em um mundo bizarro e completamente insano, onde todas as pessoas que conhecia de Hyrule são na verdade outras.

Todos, sem exceção, com suas identidades mudadas.

Link virou um Deku, está sem nada para lhe ajudar, num mundo bizarro e completamente insano, todos que ele conhecia são na verdade outras pessoas, e para completar o pacote desgraça, ele descobre que a lua está prestes a se chocar com o mundo e falam apenas 3 dias para esse apocalipse acontecer!

É a hora de correr contra o tempo.









O JOGO:

Está ai um dos jogos com a história mais complexa e densa que eu já joguei na vida.

Vamos por partes falar de todos os elementos, para depois fazer uma conclusão final.



O gráfico:

Ainda superior ao gráfico do antecessor, muito longe de chegar aos pés dos poderosos consoles de 256Bytes, mas ainda assim, assustadoramente impressionante para a época.

Acho que o destaque aqui fica principalmente para as texturas, muito ricas e detalhadas.

As cores, mais vibrantes que o normal, mas achei que isso também fazia parte do contexto, visto que o herói se encontra em outro mundo paralelo e surreal.


Vejam a diferença entre o próprio Link de Ocarina of Time, para o Link de Majora's Mask, notem como os gráficos ficaram muito melhores, mais realistas e como o destaque está principalmente nas texturas.



A Jogabilidade:

Idêntica ao jogo anterior. Achei isso o máximo, me readaptar e acostumar novamente com toda uma jogabilidade nova, seria difícil.

Porém, o jogo incluiu coisas novas e muito legais. Algumas  inclusive prefiro nem comentar pois estragariam a surpresa ao velas acontecendo.

Outro detalhe legal, é o fato de que deram ao Link muito mais maleabilidade. Quando ele pula, não apenas sobe de um patamar ao outro, ou sai de um lugar para outro, ele da uma manobra acrobática linda. Da cambalhotas, giros. Afinal de contas, ele cresceu e já tem mais experiência do que tinha no Zelda anterior, certo?

Além disso, devemos lembrar que esse é o Majora's Mask, onde o mais importante, são os Mask (Mascaras). Aqui, Link possui um conjunto particular de mascaras que conseguem transforma-lo por completo, em vez de lhe conferir apenas algumas habilidades.

Link pode se transformar em um Deku, ou Goron, ou até mesmo Zora, o povo da água.

Uma vez usando qualquer uma dessas mascaras, a jogabilidade muda. Link ganha novas formas de atacar, se defender, e até mesmo outros poderes especiais. Seja nadar super rápido, ou virar uma bola gigante e sair rolando destruindo tudo no seu caminho, até mesmo saltitar sobre a água e planar por alguns segundos.

Divertido não?

Essas novas habilidades são muito utilizadas ao longo do jogo como forma de se passar por desafios ao longo das Dungeons, combinar a utilização das mascaras é essencial para completar as missões.

As funções:

Já que se trata de um jogo novo, a tela start também mudou. Oque antes dava visualização para os itens que o Link podia trajar como túnicas, botas, tipos diferentes de escudos e espadas, agora da lugar as máscaras tão importantes para a história e jogabilidade.



Então como fazer com roupas, escudos, e espadas novas? Nada, uma vez trocando um desses itens, ele é modificado para sempre.

Mas não se preocupem, isso não muda nada.



A trilha sonora:

Como sempre, não se pode esperar menos da série Zelda.

Muitas das músicas do jogo anterior foram recicladas, principalmente aquelas referentes a personagens especificamente.

Porém, aquelas correspondentes a dungeons mudaram, cidades, lugares, todas elas.

Particularmente achei as músicas desse jogo, um tanto quanto, insanas. Não sei explicar bem o porque, mas foi isso oque elas me transmitiram, algo esquisito, estranho, fora do lugar, que não se encaixa exatamente em nenhum lugar.



Mas ainda assim, perfeitas para ilustrar oque se passa, e até mesmo, te transmitir aquelas sensações que as do Ocarina of Time transmitiam.

Lembram da história que contei no início do post? Pois então, o Link ainda porta sua Ocarina do Tempo, oque significa que ele ainda utiliza canções com poderes mágicos para fazer várias coisas, como: Chover, teletransportar, invocar seres mágicos, e... Voltar no tempo!

Isso mesmo, Link tem apenas três dias para salvar o mundo, e acham mesmo que ele consegue fazer isso numa tacada só? Nunca.

Ele acaba indo e voltando no tempo, o tempo inteiro, para arruar tudo oque está bagunçado nesse lugar.





As missões:

Além das clássicas missões envolvendo as dungeons, chefões tenebrosos para serem derrotados, Link tem uma outra missão muito mais especial.

O mundo não está só todo mudado, as pessoas estão mudadas, e principalmente, essas pessoas tem problemas.

Eis aqui um Zelda em que nosso herói precisa ajudar as pessoas no dia a dia. Conversar com cada uma delas para saber quais são seus problemas, e resolve-los.

É um casal apaixonado que não se corresponde. É o prefeito da cidade com problemas de administração. É um grupo de dançarinas treinando para o festival. Até mesmo alguém que usou o bainheiro mas está sem papel para, digamos assim, limpar suas necessidades...

O jogo é uma loucura. Sacada genial criada para forçar que os jogadores conversassem de qualquer jeito com todos os personagens.


E AI CAROL? OQUE ACHO?

Simplesmente um dos meus favoritos da série.

Alguns fãs mais xiitas não gostam, pois não é um jogo nem um pouco convencional da série. Link já começa o jogo com os principais itens, em vez de procurar seu escudo, sua espada, como normalmente acontece.

Não se passa em Hyrule, e sim em Términa.

Se chama Zelda, mas nem aparece a princesa!

Oque eu acho disso? Bobagem! Não deixa de ser um jogo excepcional.

E eis a parte que eu estava tão ansiosa para comentar, a sacada das máscaras.

Repararam até agora, durante a resenha, que o jogo tem várias coisas peculiares.

Temos exatamente os mesmos personagens do primeiro jogo, mas com nomes diferentes, personalidades diferentes, em outras palavras, com identidades diferentes?

Repararam que a trilha sonora é bem confusa, desconexa, um tanto quanto, excêntrica?

Tudo isso possui uma lógica incrível!

Porque?

Segundo o Wikipédia:

"Uma máscara é um acessório utilizado para cobrir o rosto, utilizado para diversos propósitos: lúdicos (como nos bailes de máscaras e no carnaval), religiosos, artísticos ou de natureza prática (máscaras de proteção). A palavra tem, provavelmente, origem no latim mascus oumasca = "fantasma", ou no árabe maskharah = "palhaço", "homem disfarçado". Muitas vezes tribos africanas usam máscaras em cerimônias de passagem entre a vida e a morte.

A máscara é possivelmente o mais simbólico elemento de linguagem cênica através de toda história do teatro. Seu uso, provavelmente, remonta à representação de cabeça de animais em rituais primitivos, quando ou o objeto em si ou o personagem que o usava representavam algum misterioso poder."

Além disso:

"Ás vezes a máscara deixa de ser um mero adereço e passa a se tornar um símbolo de caráter enganoso. Vemos isso nas histórias em quadrinhos a máscara não esconde somente a identidade, mas transforma a vida de quem a possui. Os super-hérois colocam as máscaras e se transformam naquilo que não são na frente dos outros. A máscara é um modo de disfarce que não faz as pessoas saberem quem somos nós (esconde a identidade). "

E levando em conta, que as máscaras escondem nossa identidade, e também nossa real personalidade... Pera, oque é personalidade?

"Latim personarepersona = ressoar, máscara.
Latim per se esse = ser por si."

Ora, se então, a personalidade é uma máscara, então...

A Lenda de Zelda, e a Mascara de Majora, é uma verdadeira alegoria do disfarce, personalidade, mentira, enganação.

Todos ali são idênticos ao mundo de Hyrule, mas com personalidades completamente diferentes. Seria então, na verdade, suas personalidades verdadeiras, seriam eles ali sem suas máscaras.

Está tudo bagunçado, porque as pessoas na verdade, não estão sendo elas mesmas?

Link, nosso herói, se encontra perdido, porque diferente das pessoas, não está utilizando nenhuma mascara? Ou está?

A história do jogo como um todo, é muito densa, profunda. Basta ler tudo oque os personagens falam, e prestar atenção em todas as histórias para notar isso.

Se eu vou contar tudo? Lógico que não, essa é a melhor parte do jogo.

E por ser o jogo mais exótico, fora dos padrões, e denso da série, que é o meu segundo favorito!

Vejam o comercial para a televisão, que me deixou um bocado impressionada na época, tamanha a sua qualidade:



[...]

E ai gente? Gostaram do post de hoje.

Me senti muito mal por não ter feito um post bom o suficiente para Ocarina of Time, que nesse resolvi caprichar, e muito!

Como vou passar o final de semana trancafiada na minha caverna estudando sem parar, não esperem muita coisa, infelizmente.

Porém, prometo um post para o final de semana, que tal?

Até mais.

A e antes que me esqueça, muito obrigado a todos que me deram o apoio de não desanimar do blog, valeu mesmo gente!

16 comentários:

  1. Eu gosto muito de TLZ,eu baixo qualquer emulador que seja da Nintendo só pra jogar um dos Zeldas existentes.Já joguei:The link of the past,Ocarina of Time,Minish Cap,Phantom hourglass,Oracle of Seasons,Wind Waker...Mas o Majora's Mask foi o único que após ter terminado o jogo,joguei muitas outras vezes por ser tão apaixonado pelos mist´rios que existem nele.Vlw,o post está muito bom,pena eu só ter visto agora.Continue levando Zelda para todos!

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    1. Opa, valew Lucas! Inclusive, falando em Zelda, eu estou jogando outro da série, assim que tiver material suficiente, eu farei uma resenha bacana como fiz dos outros.

      Mas é que estou jogando no videogame original, então só quando estou em Lavras, e com tempo da pra joga-lo.

      Qualquer coisa, é só usar as páginas do blog para uma busca mais minuciosa eu atualizo elas todo mês.

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  2. Muito Boa a sua análise, embora haja alguns erros na História. Segundo o Wikipédia, Link se afasta de Hyrule para procurar a sua fada, Navi, que havia ido embora no final de Ocarina of Time (sinceramente eu não senti falta dela, alguém sentiu?) e, durante a perseguição ao Skull Kid, acaba caindo em um mundo paralelo de Hyrule, no caso, Termina. Mas fora isso amei suas abordagens sobre todo o resto. Sou uma grande fã desta série de jogos.
    Fonte das macumbas que eu andei falando: http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Legend_of_Zelda:_Majora's_Mask

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  3. Ixe... bom vc ter falado, vou precisar editar esse post então. Ai dá um trabalho...

    (E tb não senti falta da Navi não, e de seus irritantes 'Hey, listen!')

    Pois é, também sou daquelas fãs apaixonadas, e também gosto muito desse Majoras Mask, joguei em exaustão, e ainda não enjoei.

    Logo logo sai mais uma resenha legal sobre outro jogo da série.

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  4. Poo Carol, o seu blog é bem legal. Passei aqui nessa parte do Majora's Mask e vc me ajudou a descobrir que um dos estágios do Super Smash Bros. Melee é do MM. Não precisei ler a análise inteira pra descobrir isso. Não sei se vc sabe, mas é um estágio bem pequeno (não gosto dele por isso) que tem uma tartaruga-ilha do lado duma espécie de cais. E no fundo a lua fazendo cara de mau começa a cair a medida que o tempo passa. Do nada, surgem umas coisas muito estranhas que parecem uma espécie de totem que conseguem pegar a lua e arremessar ela de volta pro lugar dela. Um dia que der eu te mostro e agt joga um pouco.
    Anyway, seu blog é muito legal, bonito, interessante e bem organizado! Uma hora que essa greve der um tempo eu dou uma olhada com mais calma nele. Parabéns! Bjs

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  5. Então Renan! Deve ser isso mesmo *.*, nossa não sabia que existia um cenário só para o Majora's, que legal!

    Mas continue acompanhando o blog, ele está com postagens na velocidade da pedra, mas assim que acabar o período eu vou dar meus pulos aqui haha

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  6. Carol, vi seu comentário no meu artigo de curiosidades do Zelda no Mamutegeek.com. Gostei muito da sua análise do Majora's Mask, de verdade, sem demagogia! HAHAHAHA Muito completo, da pra ver que vc mergulhou a fundo na historia do game!

    segue meu email, pense em trocar pautas com o mamutegeek.com
    gomes_carlos@live.com

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    1. Claro Carlos! Muito obrigado pelo apoio, vou ficar de olho no mamutegeek ;)

      Já está add.

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  7. Olha, como eu nunca pude jogar nenhum jogo de "Zelda", só tenho as poucas teorias e infomações que leio on-line. Mas a minha teoria, é que apenas a parte de Majora's Mask que se passa em Términa [talvez] retrate a vida real de Link, talvez ele sempre tenha sido um Deku, e esteve sempre aprisionado num sonho que retrata o "mundo perfeito" para ele. Talvez aquilo tudo que ele viveu tenha sido apenas a sua imaginação brincando com as máscaras usadas pelos amigos, que na vida real surpreende Link por estar sempre imaginando o oposto da realidade. Me corrija se cometi qualquer erro na teoria pois nunca pude jogar, mas pensei nisso lendo a sua teoria ^^.
    Obrigado

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    1. Caramba Leandro, que teoria boa! Sério mesmo eu curti! Quem sabe eu não faça mais um post com um compilado de teorias bizarras sobre o Majora's Mask e não dê créditos para a sua? quem sabe...

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  8. Muito bom!! realmente vc expressou o jogo da forma q eu acho! e deslendou algumas duvidas minhas!! post muito bom!! jogo sensacional! para min o segundo melhor da serie!! você esta de parabéns!! pena não ter lido esse post antes... =/

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  9. Obrigada! Eu considero o Majora's o 3º melhor, pra mim A Link to th past ganha, inclusive eu estou mais do que devendo fazer uma resenha bem completa desse clássico do SNES que está prestes a receber uma continuação para o DS, outra novidade que eu preciso atualizar por aqui.

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    1. A continuação é para o 3DS. Ótimo Blog, meu sobrenome é Moraes também, e a família do meu pai é da capital de SP, seriamos parentes distantes? Estou eperando a resenha do A Link to the Past anciosamente!

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    2. É mesmo, será que somos parentes distantes? O.õ

      Então, a resenha do A Link to the Past vai demorar até as minhas próximas férias, quando eu finalmente poderei voltar a joga-lo com folego. Enquanto isso, já já sai o Phantom Hourglass, que eu zerei recentemente.

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  10. Olá, conheci o blog agora, muito boa sua teoria, bem consistente. Majora's Mask está no meu top 3 de Zelda atrás somente de A Link to the Past e do Twilight Princess.

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    1. Pocha Everton que bom que você gostou, vou dar uma caprichada especial nos próximos posts agora.

      O triste é que eu nunca joguei nenhum Zelda de Wii, mesmo porque eu não tenho condições de ter esse video game, mas quem sabe algum dia um amigo caridoso não me empreste?

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